Friday, December 14, 2018

Entrevista conversa de café ao artista da Invicta - Paulo Pinto

Numa conversa entre cigarros e alguns cafés, eu e o artista da Invicta, Paulo Pinto fomos trocando algumas perguntas com respostas meio ao desbarato entre memórias nunca esquecidas.
Algures na conversa apareceu na minha mente e na do Paulo, a fabulosa série de TV Twin Peaks criada pelos artistas norte-americanos Mark Frost e David Lynch entre 1990 e 1991, o prelúdio da mesma que é o filme "Fire walk with me" do realizador norte-americano David Lynch de 1992, assim como o regresso desta fabulosa série pelos já citados criadores intitulada Twin Peaks: The Return, estreada em 21 de Maio de 2017 para concluir a narrativa desta série, onde o actor principal da mesma Kyle Machlalan no papel de agente da FBI Dale Cooper diz o seguinte na mesma "vivemos num sonho".
Decidi criar um quadro com imagens da série e um dos temas da sua banda sonora "shadow" da banda musical norte-americana The Chromatics que pode ser visto abaixo.

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A noite estava gélida e entre café e café, o Paulo ia-me falando dos seus livros que foram distribuidos e divulgados em jornais em Portugal com prefácios da minha autoria e que estão esgotados, questionando-me acerca do trabalho que desenvolvi e desenvolvo com mais de cem artistas internacionais em livros e exposições artísticas com sucesso em todo o mundo, assim como na distribuição/lançamento a nivel internacional duma autobiografia da minha pessoa e as minhas memórias desde a minha infância, com amor pelos membros mais novos da minha familia, dos meus animais de estimação, uma palavra chamada identidade, um sentimento chamado "Amor" entre outras coisas que vagueiam na minha mente e que estão na já citada autobiografia com ajuda de mais de 60 dos melhores artistas internacionais contemporâneos de mais de 25 países diferentes, enquanto o meu corpo ia fugindo do frio através do fabuloso café que tomavamos.
Abaixo coloco fotos onde se podem ver os livros do Paulo Pinto e outras fotos e trabalhos artisticos do Paulo que ilustram a entrevista/mini-conversa que tivemos num qualquer dia onde a humidade se entranhava nos nossos ossos.
Obrigado ao artista nascido na Invicta, Paulo Pinto pela amabilidade e cordialidade nesta entrevista/conversa com cigarros e um fabuloso café de gente nascida na mais bela cidade do mundo.



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Podes nos contar um pouco de como começou o teu gosto pela arte?
Tenho memórias de quando tinha 4 ou 5 anos os meus pais compravam cadernos que eu rapidamente preenchia com desenhos, depois comecei a ter curiosidade de ver o que os artistas faziam e como faziam e, infelizmente, nunca mais me livrei deste vício.
Quais são as tuas influências artísticas?


É uma boa pergunta mas provavelmente não tem resposta ou tem várias respostas. A influência virá do cubismo, de Pratt, de Jorge Amado, do Punk Rock, dos filmes de gangsters, das dezenas de westerns, das noitadas de S. João nas Fontaínhas e sei lá que mais.


Noite de São João do Porto 

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  1. Qual a tua cidade de eleição Invicta ou Ang kor?
O facto de poder viajar tem-me permitido conhecer lugar fantásticos, entre os quais Angkor, mas isso apenas serve para reforçar a imensa paixão pela minha cidade, que não me canso de desenhar.




Templo de Angkor no Cambodja

A invicta


  1. De que vão falando as tuas histórias?
As minhas histórias falam de duas coisas simples: aquilo que me encanta e o que me aborrece. Para isso invento personagens e dou-lhes vida, nesse sentido sinto-me um pequeno deus capaz de fazer uns felizes e matar outros. Por vezes acontecem coisas maravilhosas e que saem fora do meu controlo, há personagens que dizem algumas merdas que eu jamais direi, ou seja, enquanto criador mando-os dizer umas quantas barbaridades.




Uma prancha sobre a cidade do Porto por Paulo Pinto


  1. O que escolhes como arte narrativa, Bauhaus, o movimento artístico ou a banda?
O movimento artístico sem dúvida, a ideia de unir artes, de tirar partido das especificidades de cada uma delas para criar algo de novo parece-me bem mais interessante que qualquer criador de canções que soam muito idênticas entre si. Ter uma linha de acção ou de criação não pode significar estar sempre no mesmo registo.





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  1. Quais são os teus filmes favoritos?
“Voando sobre um ninho de cucos” do realizador checo Milos Forman por retratar aquela luta interior que todos sentimos, acho eu, de mandar à merda o sistema que a sociedade nos impõe, mais vale morrer, neste caso matar, que viver formatado.”Laranja mecânica” do realizador norte-americano Stanley Kubrick voltamos ao tema da normalização das nossas acções, do que está errado e o que está certo segundo o ponto de vista da sociedade. Quem pensam os políticos que são para dizer os que está certo e o que está errado? Acham que criando bairros repetitivos plantados em cidades monótonas e formas organizadas de vida pode conduzir as pessoas à felicidade? Mais rapidamente nos levam à loucura.
“Cinema Paraíso” do realizador italiano Giuseppe Tornatore numa ode de amor ao cinema.




Jack Nicholson - actor do filme "voando sobre um ninho de cucos" por Paulo Pinto  


  1. Que livro te deu mais prazer a ler?
“Coca-cola Killer” do António Vitorino d’Almeida, um livro imparável e impagável e agora que penso nele, acho que o livro é completamente desvairado e raios me partam se não adoro merdas desvairadas e, porque sou grande apreciador de banda desenhada tenho que referir “Silêncio” de Comés, uma obra sublime.





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  1. Diz-nos uma banda que ainda coloca o teu corpo e esqueleto a vibrar?
Há duas bandas às quais volto de forma recorrente, The Clash e The Pogues porque fizeram música intemporal.
Se falamos de bandas modernas, nenhuma me interessa. Infelizmente são todas um monte de bosta, continuo a pensar na música como uma arte superior e a inspiração algo de divino, o que muito raramente se encontra num qualquer ficheiro informático, é por isso que me aborrece aquilo a que chamo música “excel”. Devo acrescentar que abomino aquela coisa a que chamam música mas que não passa de gente a falar sobre uma batida computorizada qualquer.




Joe Strummer - Líder dos The Clash por Paulo Pinto  

Shane Mcgowan  - Líder dos The Pogues por Paulo Pinto  



  1. É mito ou verdade que as mulheres mais belas do mundo vivem em Ermesinde?
É um mito verdadeiro.




Autocarro de sonhos


  1. Num braço de ferro entre ti e o Wolverine, quem achas que vencia?
Nunca me meteria nesse tipo de coisa com gente dessa estirpe, para dizer a verdade gostava de ser amigo do gajo e adorava que ele fosse visita lá de casa, sempre podia ajudar a descascar as batatas e as cebolas para o jantar.





Wolverine  por Paulo Pinto  

Abaixo segue um tributo em video genial á fabulosa série de TV Peaky Blinders com o tema "soldier" da banda norte-americana Fleurie do álbum "love and war" lançado em Setembro de 2016 com a letra do tema numa tradução livre da minha parte do idioma inglês para o português.



Soldado continua a marchar
Cabeça para baixo, até que o trabalho seja feito
Á espera do sol da manhã
Cabeça na poeira, os pés no fogo
Trabalho no fio da meia-noite
Ouvindo o coro angelical
Não tens para onde correr
 Queres tomar um copo da terra prometida
Tens que limpar as tuas mãos sujas.
Cuidado filho da pátria, tens planos de sonhos.
Mas é difícil de sonha-los.
Quieto agora vais acordar a besta
Esconder a sua alma fora do teu alcance
Tremer nessa batida que mata
Na escuridão dentro do calor


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