Friday, October 11, 2019

Três poemas para a Hélia


Hélia


Sê tu mesmo, todos os outros já existem... 
Tu contavas-me isto ao ouvido num tempo ido... 
- Não me lembro de alguma vez pensar.. 
Dizia-te isto ao despertar... 
Tu gritavas na minha direcção:
- És um tipo bizarro nascido com uma lança no coração..
 Eu sabia lá onde estava emoção numa qualquer sensação... 
 Falavas-me do Outono... 
 Eu estava com sono... 
- O tempo é um momento.
 Dizias-me isto...
Eu nem sabia o que te dizer pois estava na minha área de lazer... 
 Mencionavas-me 2019 poemas lançados ao vento sem um lamento... 
Eu dizia-te isto:
- Não somos da terra do Fado...
- Somos da terra do gato pardo...
Tu ficavas a olhar para mim pasmada num qualquer dispositivo perdido... 
- Um...
- Dois...
- Três...
- Quatro...
- Cinco...
Dizia-te eu enquanto procuravas o teu brinco... 
 Eu escutava música sem saber onde estava, mas sabia que a vida era uma auto estrada... 
- Cabelo lançado ao vento... 
- Folhas derramadas no chão... 
- Paixão perdida numa ilusão...
Dizias-me isto enquanto eu te falava de emoção..  Estava eu perdido em Babel a observar mil e um barcos de papel...
Cinco idiomas era o que eu tinha a mão... 
Tu perguntavas-me:
- Alguma vez irás ser dono de uma nação?
Eu falava-te de um animal de estimação...
O teu cabelo dourado era semelhante ao museu do Prado... 
 Tu dizias-me isto:
- Lembra-te que de Espanha, não vêm bons ventos ou bons casamentos... 
 Eu não pensava em tormentos... 
 A Elena de Tróia era o meu cavalo de glória... 
 Tu dizias-me isto:
- A vida para ti é um jogo... 
Eu respondia-te com uma pergunta:
- Será que não é fogo? 

01

Por vezes os dias não são todos iguais...
Tu dizes-me que são naturais ..
Fico a magicar em 1001 palavras lavradas...
Tu dizes-me isto:
- Não penso... SONHO...
Entre par em par vou observando quanto vale o verbo despertar...
 Tu perguntas-me:
- Quando estamos a sonhar?
 As pálpebras estão cansadas...
 O cabelo está despenteado num qualquer jardim sem fim...
 Um pardal fala-nos de sonhos nada medonhos...
 - Tu és uma infinidade de seres dentro um corpo...
 - Tu és mais que um sopro de vento no tempo...
 - Tu és (MUITO) mais que o lamento do vento...
 O pardal de repente está poisado num beiral duma janela enquanto vai sussurando:
 - Talvez sejas bela...
 - A beleza da certeza está na sua bondade para com a idade...
 Uma gata vai dizendo isto:
 - És um milhão de efeitos...
 - Tens 1001 defeitos...
 - Porque não desfrutas dos teus proveitos?
 Um labirinto percorre a nossa mente na nossa nascente...
 Observamos palavras na mesma:
 - Certeza..
 - Beleza...
 - Identidade...
 - Cidade...
  Uma ponte fala duma fonte:
 - És a água que os meus olhos observam...
 - És a imagem captada numa luz...
 - És muito mais que um mero ponto cruz...
 Observo como o ar está igual e natural fora do normal...
 Visto uma camisa com a certeza duma  qualquer parábola...
 Dizem-nos (por vezes) algo assim:
 - Procura a auto estrada da vida, mesmo quando te encontras num beco sem saída.


Um olhar 

I actually was here.
You told me that I was living inside a bubble sphere...
 I looked left and right while passing the street...
 Your blonde hair was being caressed by the wind as some kind of treat...
 I didn't saw your eyes...
 I know that they hadn't lies...
 You told me this:
- The morning hair brings me despair...
- I was shouting for you in Lalaland when I saw your hand...
 I actually remember that we weren't at December...
 These words were on my mind:
- Bag...
- Pack...
- Be.. 
- Wild...
- See...
- Child...
 A yellow cat was whispering this when I was in my nap:
- There's food near the wood...
- There's paper and pen where you stand...
 I was observing the phone cabin while having a 10 cent coin...
You were telling me about how the sun made your skin creep near your feet...
 Words were oxygen when we met...
 Your tiny hands were grabbing a book with a vintage look...
 You were dressing blue jeans and a t-shirt that had this written in it:
- Music is a story bold in the cold...
 I suddenly noticed how you grabbed a pen that was inside your bag...
 I've noticed colors everywhere when suddenly the pen was elsewhere...
 You looked me in my eyes and you told me:
- Man, don't tell me lies...
- Man, don't give a me dream inside a scream...
- Man, be kind with your mind...
 You told me that my green coat seemed almost as big as a boat...
 Out of a sudden, your own body was dancing...
 Your smile was near some tree where we used to be...
 I've grabbed my scissor and cut it from a branch at first instance...
 You were telling me about romance while being in a psychedelic trance...
 Parts of your hair were by the floor...
 I remember you knocking at my door...
 I gave you a croissant and a cup of tea...
 You were telling about your voyage near the sea...
 You were telling me this:
- I was floating in the air without fright at midnight...
- I was thinking on a world of red near my bed...
 I wasn't understanding everything that you were telling me...
 Maybe it was me...
 I was noticing that your mirror image was jumping in my room without a broom...
 I knew that I had to make a call...
 I knew that the world wasn't that small...
 I knew that you were with me out of the blue, being you for true...
 Your bag was...
 Blank paper sheets were...
 You told me:
 - Come on and write me a poem...
 - Come on and write me a story in this morning glory...
 - Let's make a call, I want to see our image in the hall...
 You were there near the sea...
 A shout was being spread in silent air...
 A total recall was inside your glass heart...
 You even told me where to start...
 Maybe this was you...
 Maybe this is me...
 Maybe we were roaming ourselves together near the sea...
 Maybe (just maybe)...
 You had a dime to spare near your own bed...


02

.





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