Uma fábula com cor para a minha alma gémea Hélia De Sá Teixeira

- Como é que é?
- Gostas mais do meu gato do que mim?
- E o nosso amor sem fim?
- E as flores de jasmim?
- E o nosso casamento?
- E o nosso tempo?
- E o nosso momento?
- A vida é bela?
- Não estou a perceber nada...
- Não queres andar comigo de mão dada?
- Não sou um conto de fada...
Dizes-me isto num grito contínuo e eu limito-me a ficar de repente fino...
- Querida...
- Paixão...
- Sensação...
- Emoção...
- Sabes que sem ti a vida não me sorri...
- Porque é que trajas um vestido preto como uma gótica louca/mouca?
- Que se passa contigo?
- Já não somos o mesmo umbigo?
Digo-te isto e de repente o teu sorriso tornasse natural com uma beleza desigual...
- Tu és um vampiro rapaz...
- Gostas menos de mim e mais do meu gato Tomás...
- Que posso eu fazer para te dar prazer?
- Amar contigo até ao amanhecer?
- Fazer o Tomás desaparecer?
- Vestir aquele vestido verde que adoras em determinadas horas?
- Calcorrear a casa nua?
Eu não sei o que te responder...
Somente sei que por vezes estás comigo até ao amanhecer em lazer...
- Cabelo junto á lua crua...
- Na rua...
- Sem carro...
- Com um afago...
- Talvez (sempre talvez) com um cigarro...
- Sabes que só gosto de ti quando a vida nos sorri... 
 Olhas novamente para mim sem me abraçar e dizes-me isto:
- Bem sabes que irei para sempre te amar no verbo remar.