Saturday, May 2, 2020

Um diálogo curto eloquente e directo para a minha futura cunhada Claudia



Perguntas-me isto:
- Que se passa, moço?
- Andas a apanhar água num poço?
- A minha irmã continua a ser má?
- Nem sei o que te dizer...
- Ela sempre foi assim...
- Num mundo sem fim...
- Ela diz-me que te trata bem...
- Que não te pede um único vintém...
Eu fico meio aparvalhado, pois nunca sei se o jardim está devastado ou se eu estou meio avariado...
Respondo-te:
- Nunca sei de nada...
- Ainda ontem andava com os meus óculos Prada...
- Limito-me a obedecer a tudo que tenho que fazer...
- É uma casa a voar com asa...
- Ao menos temos um prato...
- Isso é um facto...
- Não tenho gravata...
- Ela ata e desata...
- Vai-se comendo num crescendo...
- Fala-me num jardim cheio de natureza onde a beleza é certeza...
- Tu sabes como isto é...
- Estou sempre a pensar na nossa chaminé...
- Por vezes o dia tem magia...
- Noutra vezes tem energia...
- Por vezes anda com a minha camisola sem gola...
- Outras vezes com a minha camisa de flanela...
- Diz que se sente mais bela...
Tu ficas a olhar seriamente na minha direção...
Falas-me de acção, nutrição, emoção é sensação...
Eu nem penso que penso...
Uso como máscara um mero lenço...
Perguntas-me:
- E os lençóis?
- São anzóis?
Sem saber o que te responder observo o gato Tomás no seu lazer...
Voltas a dizer-me isto:
- É sinónimo de terra...
- Ele ferra...
- A vida sempre foi assim...
- Qualquer coisa fala comigo e sabes que te dou uma palavra nada desvairada...
- Tenho que apanhar ar e fazer o jantar...
- Uma música qualquer está a tocar...
- Fala com ela e vamos todos vibrar com o verbo dançar...
- Beijinhos miúdo...
- Sei que és graúdo...

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