Friday, July 17, 2020

Uma fábula curta em discurso directo para a minha alma gémea Isabel Berg


- Diz-me uma coisa, amor...
- Sei que tens cor...
- O cosmos somos todos, certo?
- Não é um deserto...
Eu fico a observar o teu sorriso num riso...
Fico sem palavras...
Não estão lavradas ou escamoteadas...
No entanto vou-te sussurando algo com paixão...
Pois sei que o meu coração está na tua mão...
- Bolacha...
- Borracha...
- Família...
- Crescer...
- Chá de tília...
- O nosso ser...
Tu de repente ficas meia irada comigo...
Eu fico sem saber porquê...
O normal entre nós como casal..
Que fazer contigo?
Estas palavras saem da tua boca:
- Estou rouca...
- O calor não me deixa dormir...
- Fico meia louca...
- E tu ficas a sorrir...
- Tu és uma fatia de queijo num beijo...
- Eu nunca sei o que está na tua mente...
- Mas comigo estás sempre presente...
- Imprevísivel com uma caneta azul ou preta...
- Como a areia que cai numa ampulheta...
- Sombras...
- Pombas..
- Água...
- Sou a tua fada...
- Contigo de mão dada...
- Covid biológico...
- Vamos escutar algo analógico...

Eu respiro fundo...
Observo o teu corpo a suar...
O teu espírito a arfar...
Digo-te isto:
- Sabes como é amor...
- O mundo tem cor...
- Não é a preto e branco...
- Não é o nosso banco de jardim sem fim...
- Trouxe-te uma flor...
- Sem dor...
- É uma orquídea...
- Não é um bonsai...
- Num mero ai...
- Trouxe-te um origami de papel...
- Vamos desenhá-lo com mel?
Tu ficas um pouco mais sorridente...
Sabendo que trazes um tridente...
Sem qualquer dor latente...
Somente ambos sabemos que vamos ver/ser a nossa nascente...
De repente somente sei que eu me tornei uno comtigo, sendo o nosso umbigo um mero figo...





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