01
Um poema para a Thania
Estava algures eu a pensar no verbo "amar"...
Tu ias me dizendo algo ao meu ouvido direito num crescendo:
- A razão da tua emoção está no meu coração.
Eu fico sem saber o que te dizer, pois a paixão é sombra da sensação misturada com o que temos à mão.
Tu olhavas para mim...
O teu cabelo era um mundo sem fim...
Já não pensava em nada...
Andava contigo de mão dada...
Sem pensar no que sonhar...
Tu mencionavas-me o teu olhar quando juntos observavamos o mar...
Era um mero esgar numa qualquer nascente ao poente...
Dizias-me com exactidão isto:
- Os teus lábios fundem-se no sentimento que tenho por ti em horas mágicas onde o acto acaba por ser um facto...
Eu observava o teu olhar...
Escutava o teu doce respirar...
O teu cabelo poisava no meu rosto...
Acabava por ser mais do que um mero posto...
O teu corpo era uma soma matemática práctica...
Tu continuavas a dizer-me isto ao meu ouvido esquerdo:
- O sentimento mais profundo encontra-se no mundo...
Eu já nada escutava devido ao suor que me tapava a visão numa nação...
Dizia-te isto num acto práctico:
- No mundo azteca, existe um cogumelo belo...
- No mundo luso, existe um pensamento difuso...
Tu também já nada escutavas, pois o orgasmo do teu corpo transformava-se num espasmo que fazia acordar um morto...
Na cidade procuravamos a nossa identidade...
E tu perguntavas-me isto:
- Será que o teu nome ou idade é uma entidade?
No comments:
Post a Comment