Estavamos a observar um relógio...
As horas passavam e não passavam...
Era o período do não afecto...
As pessoas a olharem para o tecto...
Disseste-me isto:
- Reamar...
- Viver...
- Sem sonhar...
Eu fico pasmado a olhar para ti quando me dás um beijo com sabor a queijo...
Pensei para mim mesmo:
- Porque é que a essência do tempo...
- Para os portugueses é um lamento?
Tu voltas a sorrir para mim...
Num qualquer jardim de jasmim...
Dizes-me isto:
- Contigo dançar...
- Sem parar...
- Remar...
- Redes sociais são anti naturais...
Eu envio-te um beijo na tua direção com a minha mão direita que vem do interior do meu coração...
Tu mencionas-me isto:
- O meu casaco não é opaco...
- A tua camisola tem um desenho duma mulher bela...
- É a Cinderella?
Perguntas-me...
Eu fico sem saber o que te responder, pois sinto o teu coração a bater sem tremer...
Voltas a dizer-me:
- Sabor a laranja...
- O nosso mundo é uma toranja...
- Escrever é o nosso ser e saber...
- Talvez o devir caminhe com o verbo ir...
O teu sorriso grandioso deixa-me um pouco nervoso...
Escutamos uma música a tocar...
A mesma absorve o ar...
Frases fazem eco na casa...
- Contigo até ao fim do mundo...
- Profundo...
- Para quê falar?
- A emoção anda sempre a voar...
- Ideias...
- Sem onomatopeias...
Vais-me dizendo isto ao meu ouvido esquerdo numa dança que soa a eternidade com identidade:
- Tudo o que somos...
- Risos fantabulásticos..
- Tudo o que fomos...
- O nosso coração com elásticos...
- O meu cabelo dourado...
- Nada desnaturado...
- O teu cabelo despenteado...
- Sem um único fado...
- Sempre foste simples e natural...
- Dizem que és sobrenatural...
- Alto e delgado...
- Sem pensar no museu do Prado...
- Gosto como danças comigo...
- Gosto do teu e do meu umbigo ..
- Sei lá eu...
- Deulofeu...
- O meu caminho é fazer renascer o pinho...
- Tu encostado a uma árvore...
- Eu a abraçar-te com cabeça, tronco e membros...
- Com crescendos...
- Sem innuendos...
- A observar como me levas até ao céu...
- Com um simples véu...
- Dizem que dizem...
- Falam que falam...
- Fico aborrecida...
- Pois contigo nunca estou perdida...
- Contigo até ao fim do mundo?
- Foi o que me sussurraste ao meu ouvido direito?
- Sei lá, deixaste-me sem jeito...
De repente trajavas a minha camisola sem gola...
Eu trajava o teu casaco num movimento com tempo...
Dizia-te isto:
- Sem lamento...
- Sem contratempo...
Tu voltavas a olhar para mim e de repente os teus olhos tornaram-se num mundo sem fim.
Tuesday, June 30, 2020
Um poema sensual para a Mónica
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