Wednesday, December 4, 2019

Um poema curto para a gatinha Ofélia da Sandra Mesquita

Com a gatinha Ofélia da Sandra Mesquita 

 Existia uma vez...
- Um...
- Dois...
- Três...
- Sou eu...
- A tua musa difusa...
A Ofélia vai-me dizendo isto a ronronar sem parar.
 Eu fico sem saber o que lhe dizer...
 A Sandra diz isto à Ofélia:
- És a minha paixão...
- És a minha emoção...
- És a minha razão...
 A Ofélia baloiça na toalha da mesa enquanto a Sandra acaba a sua sobremesa..
- Quero atenção...
- Quero sensação...
- O meu pelo está macio...
- Não tenho frio...
- Sei que o tempo lá fora não tem hora...
- Poderias dar-me a minha saqueta de whiskas sem demora?
Pergunta isto a Ofélia à Sandra... 
 Eu observo-a e com uma simples tesoura acabo por colocar a sua imagem em movimento num qualquer tempo...
 Não penso que penso...
 Não reflicto num só grito...
 Limito-me a observar a Ofélia sem parar como se de um filme antigo dos Lumière se tratasse...
- Blake...
- Palavras...
- Imagens...
- Lavradas...
- Paragens...
 Vou sussurrando isto à Ofélia enquanto o seu corpo delgado se move por uma casa sem asa...
- Outra vez?
- Cruz credo, rapariga...
- Tu levas-me à falência...
- Tu és a minha essência...
- Tu és sua eminência...
 Vai dizendo isto a Sandra à Ofélia numa gargalhada solta numa volta...
- Sem parar...
- Sentir o ar...
- Abraçar a atmosfera...
- Agarrar uma esfera...
Responde isto a Ofélia enquanto o seu rato de brincar de repente se torna num barco a navegar...

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