Sunday, February 9, 2020

Uma fábula curta para a doce Hélia



- Forte e tenaz...
- Audaz...
- Catrapás...
- Capaz...
- Rapaz...
- 1...
- 2...
- 3...
- Cá estou eu outra vez...
- Hoje estou...
- Ontem sou.....
 Acabas por murmurar-me palavras lavradas e nada iradas ao meu ouvido direito observando-me com o teu peculiar jeito...
- Tenho o peito aberto...
- O céu está encoberto...
- Acabo por ser o açucar do teu café pé ante pé...
 Voltas a mencionar-me isto ao meu ouvido esquerdo sem segredo...
 Eu fico a observar o teu cabelo doirado sem um qualquer triste fado...
- Esta sou eu...
- És e serás sempre meu... 
 Eu fico a pensar para mim mesmo no verbo passear...
  Um simples pardal canta para nós a alta voz...
  Um simples peixe acaba por ser um laser de feixe...
- Tu não sejas mau...
- Não estamos na altura do carapau... Dizes-me isto...
 Eu penso no sabor das cerejas na primavera numa doce atmosfera...
 Penso sem pensar numa qualquer rima que fica nas ondas do mar...
- 2...
- 0...
- 4...
- 6...
- Não me deixes aos papéis...
- Sou a principal...
- Sabes bem que como eu não existe outra igual... 
 Dizes-me isto enquanto me dás um abraço sem laço e um beijo com sabor a queijo... 
 Eu não sei o que te responder quando a nossa inundação é o prazer...
- Fundação...
- Sem copo na mão...
- Furacão...
- Vulcão...
- Dá-me a tua mão...
 A tua figura esbelta acaba por ser mais que um olhar quando de repente sem sequer eu me aperceber me dizes isto:
- Vamos ver o mundo juntos e sei que ambos seremos mais que meros defuntos com fundos... 
 Eu vivo a observar o teu riso num sorriso e sei (ou acho que sei) que o sabor do mel sempre se misturou no nosso papel escrito á mão com emoção dentro da nossa sensação...
- Pensar para quê?
- Um + 1 acaba por ser um "V'...
 Dizes-me isto sem me dizeres onde fica a nossa zona de lazer com prazer num único ser...


- Era uma vez...
 Murmuras-me algo ao ouvido...
- Simplesmente algo que o Universo fez...
 Mencionas isto com o toque da tua mão direita enquanto a comida estava a ser feita...
- Até ao fim do mundo contigo sempre PROFUNDO...
- Não pensar...
- Não ler...
- Não escutar...
- Não saber...
- Um guardanapo está a bailar no ar...
- Será que pretende ser um lobo a uivar?
 Perguntas-me isto e eu não sei o que te responder, pois escutamos músicas até ao amanhecer...
- És alguém nada perdido num acto...
- És um facto...
- O arauto da dualidade sensação/emoção...
- As ruas estão sempre mais perto quando a tua presença é a nossa essência...
 Mencionas-me isto enquanto com a cabeça gesticulas algo que só eu entendo com a nossa energia/sinergia...
- Caneta...
- Papel...
- Açucar...
- Lua de Mel...
- Tesoura...
- Garfo...
- Faca...
- Colher...
- Este é o nosso talher...
 Dizes-me isto enquanto vestes e despes o meu casaco azul cor de mar sem parar...
 A cafeína entra no nosso sangue...
 As nossas emoções são pólvora num tanque...
- Vens...
- Vinhas...
- Virás...
- Som...
- Dá-me a tua mão...
- Vamos dançar sem parar até o mundo acabar...
 Murmuras estas palavras para mim enquanto a torneira aberta faz com que a água, apesar de ser um elemento natural, acaba também por ser um tempo sem igual...
 Virada na minha direção respondes-me com paixão:
- Nada mal...
- Sabes bem que com os minutos a passar, acabo por não saber o que te preparar para o jantar...
 Eu nada digo...
 Seja de noite ou de dia...
 O trabalho mata-me aos poucos, sabendo que o conforto dos teus olhos são mais que um farol, acabando por ser o meu sol...
- Lua...
- Minha...
- Tua...
- Vinha...
- Rua...
- Árvore...
- Oxigénio...
- Realidade...
- Génio...
- Identidade...
- Tu e eu...
- És só meu...
 Respondo-te: 
- Sei que não sou a tua teia...
- Sei que ambos somos o nosso pé de meia...
 - Sei que um lobo solitário não é uma alcateia...
 Mencionas:
- Sou a tua cidade...
- Sou o caminho que percorres quando cansado nos meus braços te sentes amado...
- Nunca foste um fado lavrado...
- Irrequieto...
- Constante...
- De perto...
- Nunca distante...
 Murmuras isto sem parar aos meus ouvidos nada perdidos ou esquecidos...
- Licor...
- Amor...
- Cor...
- Encarnado...
- Tempo dado...
- Sensato...
- Ousado...
- Indiscreto...
- Nada quieto...
- Peças e peças por construir num devir...
- Tu...
- Sim...
- TU...
- SEM FIM...
- Eu...
- Deus Morfeu...
- Areia...
- Onomatopeia...
- Mão...
- Porta...
- Torta...
- Viva voz...
- Com noz...
- Pensar bolo...
- Amar sem dolo...
- Talvez...
- Sim...
- Talvez...
- De uma só vez...
 Dizes-me isto sem eu saber se o anoitecer é mais que prazer no nosso lazer ou se o amanhecer é um segundo profundo no mundo...
- Respira...
- Sente a minha boca...
- Encosta a tua mão no meu coração...
 Mencionas-me isto...
- Corpo esbelto de mulher onde a saudade não existe ou permanece...
 Respondo-te...
- Outra vez...
- Talvez Deus Fez...
- Sem sensatez...
- Até ao fim do mundo contigo...
- Porto de abrigo...
- Porto nada sentido ou perdido...
- Sapato...
- Corredor...
- Existe cor numa flor...
- Dourado...
- Espelhado...
- Adoro o teu cabelo espetado...
- Lógico...
- Racional...
- Icónico...
- Normal...
- As tuas sapatilhas estão a lavar...
- Os teus pés cansados podem sonhar...
- Maresia...
- Magia...
- A nossa energia...
- O tempo levou o vento...
- O meu corpo...
- O teu mundo...
- O ser profundo...
- Outra vez sem fim...
- Uma bola de Berlim...
- Uma flor de jasmim...
- Outra vez...
- De vez...
- Sabes quem eu sou...
- Sabes para onde vou...
- Uma borboleta paira no nosso jardim...
- Frondoso e formoso...
- Com o teu coração na minha mão...
- O mundo é paixão numa nação...
- Geração...
- Abruptidão...
  Dizes-me isto e eu continuo a observar os teus lábios a moverem-se sem um tormento no tempo...


- Hey, tu...
- ANDA COMIGO...
- Até ao fim do mundo profundo...
- Sou a nossa personagem principal numa emoção natural...
- São os óscares, Rapaz...
- Pintei as unhas para ti duma forma audaz..
 Eu não penso que penso enquanto observo o meu casaco no teu corpo onde o que é certo não é torto...
- Até de manhã sem parar...
- Pipocas sempre a estalar...
- Com o café estamos sempre em pé...
- Vem comigo...
- Iremos percorrer o mundo inteiro sem olhar para o nosso umbigo...
 Eu observo imagens dos meus sobrinhos...
 Dizes-me isto:
- Belos...
- Perfeitos...
- És um tio incansável e afável...
- ANDA COMIGO...
 Voltas a gritar-me isto enquanto me dizes que o espelho está na parede e não no chão com sensatez e razão... 
 Os meus jeans movem-se no teu corpo rumo a bom Porto... 
 Dizes-me isto:
- Conheces-me há tanto tempo...
- Não somos lamento...
- Somos um innuendo..
- Não somos um tormento...
- VENS COMIGO E NADA MAIS...
- É o nosso destino entre os umbrais...
- É uma canção cantada por milhares de pardais... 
 Eu fico a olhar para ti e pé ante pé, o meu corpo move-se, sabendo quem somos acabando por não me interessar no que fomos... 
 Dizes-me isto:
 - Vida passada é melancolia e não a nossa energia...
- Sei que vens comigo...
- Tempo...
- Momento...
- Segundo...
- Profundo...
- Até ao fim do mundo...


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