Saturday, October 12, 2019

Corto Maltese em Portugal numa narrativa em dois poemas para a Hélia - narrativa exposição artistas internacionais

Trabalhar em vários projectos com artistas internacionais em diversos faz com que neste projecto em concreto tenha que encarnar um encontro fictício com o personagem Corto Maltese de Hugo Pratt dentro de poemas para mulheres que admiro assim como o marinheiro ficcional de Pratt as admirava, pois na minha opinião numa narrativa escrita para o mesmo, a ilustração com imagem torna-se ainda mais real. 



Tributo por parte do artista italiano Gianni Allegra baseado na minha forma física a beber uma cerveja com o personagem Corto Maltese de Hugo Pratt junto a uma frase que adoro 


Hélia

Era um facto...
Não estavamos num acto...
Falavas-me dum triste fado num qualquer prado...
Eu olhava para o teu cabelo a pairar no ar...
Os teus olhos eram amêndoas salgadas entre palavras datadas...
Tu dizias-me isto: 
- Rapaz, são falhas...
- Não migalhas...
Eu andava perdido em naves espaciais...
Tu falavas-me do tempo...
Tu falavas-me do momento...
Tu falavas-me inclusive dum lamento...
Eu escutava a Björk na tua playlist...
- Tudo está cheio de amor...
Reparava em toda a tua cor...
Tu falavas-me de dor...
Eu já nem sabia o que escrever ou te dizer...
Tu gritavas-me: 
- ÉS DO PIORIO...
- QUERES QUE TE ATE UM FIO?
Eu estava ai e aqui num crescendo numa nascente junto ao poente... 
Escutava os teus gritos... 
Observava o teu sorriso... 
Observava pão feito com emoção...
Tu enviavas-me o teu coração com uma só mão...
 Sem saber o que te dizer pensei em mel tapado num frasco com papel... 
Tu sussurravas ao meu ouvido esquerdo isto: 
- Lembras-te da nossa infância? 
- Lembras-te da nossa ânsia? 
- Lembras-te da cor branca?
- Lembras-te de uma banca?
O meu cérebro não conseguia processar respostas ao nanosegundo... 
 Beijei o teu cabelo e pedi-te para observarmos o mundo... 
 Falavas-me dum poço sem fundo...
  De como andavamos sem sapatos entre 2019 gatos... 
 De como comiamos de uma só assentada três pratos... 
 O teu corpo de repente baloiçava com a tua mente...
Falavas-me do tempo presente...
Falavas-me do tempo em que estive ausente...
Falavas-me de como amavas a minha mente... 
Eu observava o teu gato enquanto calçava um sapato... 
Observava a tua tartaruga sem pensar numa fuga...
 Observava como o teu cão me observava com emoção... 
O pão era uma nação feito com um coração sem ilusão e com o coração... 
Eu só te falava de coisas memoriais enquanto fotografava os teus cristais... 
O teu vestido vermelho estava encostado ao teu espelho... 
 Peguei numa caneta e reparei que a sua tinta era preta... 
 Observei os teus olhos e entre mil folhos ia-te dizendo isto: 
- A paixão e emoção são um lanche misto... 
Tu dizias-me isto com doçura:
 - Rapaz, a ternura sempre foi do mais audaz...

O meu amigo de adolescência e comediante Fernando Rocha no Restaurante "Pote Velho" junto ao meu vizinho senhor Ribeiro que fica localizado a meros metros da minha residência em Portugal

Um simples homem nascido na mais bela cidade do mundo 

 Andava eu perdido nos meus pensamentos...
 Andavas tu perdida nos teus momentos...
 Quando me mencionaste esta frase:
- Hakuna Matata...
 Eu não sabia o que te responder, logo disse-te isto:
- O Rei Leão tem um lugar especial no meu coração...
 Sem saber muito bem o que fazer, matutei e muito nessa frase sem pensar no seu desenlace...
 Uma gaivota perguntava-me isto para mim na rua:
- Estás perto da estátua duma menina nua?
 Enquanto bebia uma cerveja como um simples  marinheiro encostado a um pinheiro, frases eram desenvolvidas na minha mente ausente:
- Tempo presente...
- Sol nascente...
- Rumo ao poente...
 O teu cabelo loiro brilhava junto a um lago num qualquer afago...
 Dizias-me que o que era triste era a ausência da essência...
 Eu sabia lá o que te responder na hora sem demora...
 A cerveja estava fresca e de dia acabava por sentir alguma energia dentro de uma qualquer magia...
 Um qualquer desenho estático, de repente colocava-se em movimento.
 Falava-me da mãe natureza noutro tempo...
 Falava-me de 2019 papéis escritos sem gritos...
 As tuas mãos acabavam por ser a forma numa qualquer toma.
 Os teus dedos manuseavam teclas de um qualquer dispositivo digital procurando algo emocional...
 Eu somente observava lençóis tingidos de encarnado num momento dado...
 A pergunta da gaivota continuava na minha mente presente...
 Ia-me recordando de um filme de 1999...
 Dum livro de 1996...
 Dum personagem de 1967...
 Ficava um pouco perdido num papel nunca esquecido ou amarelecido...
 Os teus olhos acabavam por ser uma simples paragem numa leve aragem...
 A temperatura estava excelente...
 As roupas num qualquer quarto tinham um aspecto decente...
 De repente e sem sequer me aperceber, ias-me dizendo isto:
- Eu sou a gaivota que te questiona...
- Eu sou uma estátua que é minha e tua...
- Eu sou uma identidade com idade...
- Eu sou um ser com lazer no prazer...
 Recordo-me bem de com as minhas duas mãos em concha ter colocado litros de água na minha cabeça...
- Está quente...
 Pensava para mim mesmo...
- O tempo é o presente...

 Dizias-me tu num simples balbuciar emocional de palavras nada iradas...


Um tributo a Corto Maltese de Hugo Pratt pelo artista Norte-Americano Rikki Romero 

Obrigado ao artista italiano Gianni Allegra por me ter desenhado a beber uma cerveja com o personagem Corto Maltese, ao artista Norte-americano Rikki Romero, ao meu amigo e famoso comediante nacional Fernando Rocha num contínuo processo de ideias para o projecto/exposição tributos ao Corto Maltese de Hugo Pratt por artistas internacionais organizado por mim e à querida Hélia que é uma força da natureza cheia de beleza.




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